Pequenas considerações (com preguiça de escrever mais)

1.Sem querer parecer bom moço (até porque não sou mesmo), mas pedir perdão, com o coração aberto, é muito bom. Experimente.

2.Agora é que eu me toquei que todos que vi defender a campanha da banana, do Luciano Huck, são brancos.

3. Acho que o número de reuniões explica, em boa parte, as muitas vezes que o serviço público é ineficiente.

 

Nada a ver

Eu não sou macaco.

Nem eu nem o Daniel Alves, o Tinga ou qualquer outro.

Macaco é macaco, gente é gente.

Nada a ver essa campanha.

O combate ao racismo não precisa de babaquice.

Precisa de engajamento sério.

Macacos

Justiça e cautela

Galdino

Acreditar na regeneração das pessoas certamente é atitude que fará melhor nossa sociedade.

Que um criminoso tenha oportunidade de recomeçar sua vida, após cumprida a pena sem nada que desabone sua conduta quando atrás das grades, me parece a consagração da Justiça numa sociedade que se pretende justa.

Mas cautela, por menor que seja, nunca fez mal ao que foi aplicada, ainda mais quando se trata da segurança da sociedade.

Um dos acusados da morte do índio Galdino, há 17 anos, em Brasília, passou em todas as etapas do concurso da Polícia Civil do Distrito Federal.

O caso chamou a atenção da imprensa local. Alertada, a Polícia Civil, ao que tudo indica, retirou o nome dele da última lista de aprovados.

O Estatuto de Criança e do Adolescente determina que, cumprida a pena, o infrator não poderá ser discriminado ou ser alvo de preconceito pelo crime que cometeu e pagou.

Isso é Justiça.

Mas impedir que alguém que pôs fogo em um ser humano se torne policial (mesmo que tenha cumprido corretamente a sentença) é cautela.

PS: O assassinato evidente do torturador Paulo Malhães mostra que está bem viva e atuante, portanto assombrando a democracia, de uma espécie de gente que julgávamos extinta da vida nacional.

 

 

Fotopoema 13

Esse poema,escrito há mais de quatro anos, é a tradução do meu amor por esta cidade. A Super Quadra Norte 405, ou simplesmente 405 Norte, me ajudou – e muito – a gostar de Brasília. Acho que aqui, por causa das árvores, enc0ntro um pouco do Grajaú, meu eterjo bairro no Rio. Na foto, as duas páginas que me couberam na antologia formada por quem participou da 1a. Bienal do Açougue Cultural T-Bone, em 2011. Parabéns, Brasília! Eu te amo!Bienal.      1

Literatura na internet – Programa Entrelivros – TV Brasil

Disponibilizo aqui o link do programa Entrelivros, da TV Brasil, do qual participei, juntamente com Alexandre Marino, na última segunda-feira, 14. O tema do programa foi literatura na internet, o mesmo sobre o qual eu e Marino havíamos falado no dia anterior na Bienal de Brasília. Particularmente acho que na TV o assunto rendeu bem mais. Confira!

 

O nariz torcido (e empinado) do escritor

O escritor participa da mesa de debate sem tirar por um minuto sequer os óculos escuros. A desculpa – educada, até – são os refletores de luzes fortes que iluminam a mesa de discussão. Fotofobia, ele explica, mas compará-lo em imagem a um astro do Rock é inevitável, ainda mais com o ar blasê de que ali alguma coisa inferior o incomoda. Inferior a seu talento, é possível que pense.

Anuncia, lá pelas tantas, que saiu do feici búqui, e com ar triunfante, de quem se libertou da vulgaridade virtual, conta que no início a rede de Zukemberg o interessava, mas agora não.

Talvez nem todos notem, mas seu discurso disfarça o conceito de “É que no início quase ninguém tinha, quase ninguém sabia do que se tratava”, afinal eram ainda aqueles tempos de fotos da salada de maionese do churrasco postadas no Orkut.

Enquanto o escuto, lembro-me de umas figuras dos anos 80, que, enquanto todos ouviam Queen, Police, U2 e Dire Straits, eles, com uma pretensa pinta de gueto underground, cultuavam bandas que ninguém conhecia. Se a banda estourasse nas paradas, pronto: eles abandonavam a tietagem, pois jamais poderiam se sujar de farofa.

A discussão sobre fazer/veicular/divulgar literatura na rede é nova, até porque a rede é nova, embora, sob certos aspectos, pareça mesmo envelhecida.

Há lixo de toda espécie, preconceitos, julgamentos precipitados e futilidades incontáveis. Arrisco mesmo dizer que são a maioria do conteúdo. Nada de muito diferente da vida carnal. Mas há o que se aproveite, o que encante, o que construa, o que nos faça melhores em vários níveis. Exatamente como na vida que levamos da hora em que acordamos até a hora de dormir.

Noel+Gallagher+NG+6

Desprezar, como autor, esse tipo de possibilidade – salvo um julgamento precipitado meu – parece-me ser fruto de duas certezas. A primeira é a de que só vale a pena ser lido por quem, neste exato momento, está dentro de uma rede social que não junta nem 500 pessoas no país inteiro, porque isso sinaliza status de vanguarda intelectual e cultural; e a segunda é a de que a obra que se produz é tão aquilatada, tão profunda em seus conceitos e concepções que – sinto muito – não poderá ser captada por qualquer um que fique postando protestos contra o governo ou comentando os erros do juiz no jogo de domingo.

Como se a missão da literatura, e de todo tipo de arte, não fosse chegar, indiscriminadamente, a todo e qualquer ser humano.

Os 40 anos do Joelma e a lucidez em falta de Armando Nogueira

Nesta segunda-feira, 14, o telejornal  DFTV, da TV Globo, exibiu imagens gravadas por circuito interno que captaram, passo a passo, o assassinato de um funcionário de uma casa lotérica. Ele chegou para abrir a loja e foi rendido por dois homens que queriam assaltar a loja. Algo deu errado e o funcionário não conseguiu abrir a porta. Como castigo, recebeu vários chutes e ponta pés. A ação termina com um tiro na cabeça do rapaz de 27 anos, casado e pai de dois filhos.

Tão atroz como a ação dos bandidos foi a exibição das imagens em pleno horário de almoço. Pelo que me pareceu, não tiveram cortes nem receberam o tratamento técnico que as distorce com o objetivo de amenizar seu impacto. Ficaram no ar, pelo que pude calcular, quase dois minutos, tempo bastante extenso em TV.

Coincidentemente, o Brasil Post publicou nas últimas horas artigo meu falando sobre esse tipo de cobertura do telejornalismo.

É claro que a informação deve ser levada ao público, mas penso que os editores de TV precisam parar e pensar no que estão fazendo com o estômago de quem assiste aos telejornais.

http://www.brasilpost.com.br/andre-giusti/os-40-anos-do-joelma_b_5120625.html

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