Acordem! Lula está preso (e não vai sair)

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Recebi vários convites para participar de atos culturais inseridos nas manifestações que pedem que Lula seja solto.

Apoio todas, mas não fui a nenhuma.

Desculpe a sinceridade, mas não adianta. Lula não vai ser solto, ao menos antes da eleição, e isso para mim é tão evidente quanto o fato de que ele foi o melhor presidente que o Brasil teve.

Não entro no mérito se ele é ou não inocente. Novamente sendo sincero, não tenho condições de avaliar isso.

O que me parece outra vez evidente é que o julgamento dele foi político. Todos os elementos, inclusive a velocidade do processo, não deixam dúvidas de que o julgamento foi político.

Julgamento político, preso político. E por isso mesmo, não vai sair. Ao menos antes do prazo que interessa ao establishment.

Portanto, as manifestações são lindas, mas em minha modesta opinião são queima inócua de uma energia que deve ser posta em favor de uma candidatura de esquerda que vença e afaste o perigo da imbecilidade temperada de fascismo, ódio e preconceito, recheada da ausência total de proposta palatável de país e de governo.

Não vou declarar aqui meu voto, porque ainda não decidi. Mas declaro minha dúvida: Ciro ou Boulos? Com todas as qualidades e defeitos que os dois possuem, porque são homens e ser humano é chegado à imperfeição.

Vou parar de ler e escutar as notícias sobre o egocentrismo e o egoísmo do PT e sua fantasia de achar que o país é o mesmo de dez anos atrás, de que não, não tem nada acontecendo e amanhã será uma linda festa o lançamento da candidatura, da sua não-aceitação de que não tem mais condição de dar as cartas do jogo.

Tratarei de resolver em qual dois dois supracitados candidatos votarei, e penso que todos que refutam a boçalidade deveriam fazer o mesmo.

Porque, agora, não adianta pedir que o Lula seja solto.

Velha posando de mocinha

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Em tempos de caçada ao voto, ressurge um velho discurso com métrica de frase de efeito e pose de moderno, inovador, revolucionário em termos de gestão pública: o Estado precisa ser administrado como uma empresa.

É um equívoco para engambelar os mal informados produzido pela falácia capciosa dos mal intencionados.

Estado não pode ser administrado como empresa porque simplesmente os dois são totalmente diferentes, com finalidades diferentes. Se assim não fosse, não haveria necessidade de Estado. Ou de empresa.

Empresa é para dar lucro.

Estado é para bem servir à sociedade, à população em suas necessidades básicas. Deve ser bem gerido, é claro, mas não com o modelo empresarial, que nele não cabe.

O olho dos que defendem essa ideia não mira bons hospitais, boas escolas. Mira a venda do patrimônio público a uma meia dúzia de três ou quatro, para que fiquem mais ricos os de sempre.

Desconfie de quem posa de moderno mas passa longe de antigas mazelas, como distribuição de renda, moradia ao alcance de todos, escola básica forte, medicina gratuita e preventiva.

É apenas uma velha caquética vestida com roupa de mocinha.

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