Poesia como prece 2
Wilson Guanais não escreve muito, não no sentido de poemas longos, mas sim no significado do que escreve.
É de uma densidade inversamente proporcional à sua parcimônia de versos.
Wilson Guanais não escreve muito, não no sentido de poemas longos, mas sim no significado do que escreve.
É de uma densidade inversamente proporcional à sua parcimônia de versos.
Todos os dias de manhã, antes de começar a trabalhar, leio poesia.
Funciona como uma espécie de prece pela minha inspiração ao longo do dia.
Vou tentar registrar aqui, o máximo possível, os livros de poesia que tenho lido de uns tempos pra cá e que me agradaram bastante.
Farei isso na ordem cronológica da leitura.
Então, começo com o do Carlos Edu Bernardes, dono de uma poética irônica, divertida, lírica e pungente.
Eu era fã da Rita Lee na minha infância, escutava as músicas do Tutti-Frutti em meu radinho de pilha ligado na Mundial AM e, um pouco depois, na Rádio Cidade, com o estouro do FM.
É claro que ela foi uma das que ajudaram a construir e consolidar minha paixão pelo Rock’n Roll, e foi assim até lançar o Chega Mais, o disco que tem Mania de Você, Doce Vampiro e Papai me Empresta o Carro, e que minha mãe comprou nas Lojas Americanas e me deu de presente de aniversário, em 1980.
Depois desse LP, me enchi saco de Rita Lee, com suas musiquinhas, no geral, para menininhas de oitava série.
Voltei a ser seu fã no ano passado, quando, segundo seu filho, ela apelidou de Jair o tumor que tinha no pulmão (quer coisa mais Rock´n Roll do que o deboche como protesto?) e quando, já bem doente, postou uma foto sorrindo, sem querer esconder nada, sem a vaidade da fama que pode escamotear a realidade, como se dissesse “É isso aí, gente, a vida é assim mesmo e vale a pena assim mesmo”, outra atitude de resistência, dessa vez contra a dor e o sofrimento.
Long Live, Rita Lee! Long Live, Rock’n Roll!
Em março fez 25 anos que vim morar em Brasília.
As dificuldades de adaptação dos primeiros meses viraram livro.
Em 2004, portanto 19 anos atrás, lancei Eu Nunca Fecharei a Porta da Geladeira com o Pé em Brasília (sim, faltou a vírgula depois de Pé, e errado ficou), pela editora LGE, que não existe mais.
No livro falo das impressões de quem vem a Brasília pela primeira vez, uma cidade totalmente diferente de todas que, certamente, a maioria dos mortais conhece.
Essas impressões não são apenas minhas. Há muita coisa que escutei das pessoas com quem convivi naqueles primeiros tempos.
O livro se passa no fim dos anos 90, quando a capital do país não tinha padarias gourmets nem restaurantes com nomes de bairros paulistanos, mas, em minha modesta opinião, era bem mais cosmopolita, bem menos provinciana, com cabeças bem mais saudáveis e preocupadas com a preservação da cidade como um todo, não apenas a do patrimônio urbanístico, mas também a dos recursos naturais.
Para festejar esse jubileu de prata, ofereço, gratuitamente, Eu Nunca Fecharei a Porta da Geladeira com o Pé em Brasília em e-book, com a colaboração amiga do Moacir Macedo e sua Radioclip Produções.
Espero que gostem. Boa leitura!