O que nos cansa, nos pesa os ombros e oprime o peito é essa insistência incorrigível em ser felizes no trabalho, no namoro, no casamento.
Então, veja só que bestas somos: ainda achamos que se deve fazer vestibular para aquele curso, cuja carreira nos trará realização íntima, pessoal.
Abramos mão do sonho, da ideologia e nos aquietemos; amuados, mas quietos, sem desgastes, como todos os demais que vivem à sombra morna de uma vida sem saltos, mas também sem sobressaltos.
Trabalhemos tão somente pelo o que deve ser o bastante: pagar as contas, manter os filhos no colégio e não dever demais ao cartão de crédito.
Almejemos um diploma que nada nos traga além da capacitação a um excelente cargo público num concurso disputado, pois o valioso nessa vida são o salário e a estabilidade.
Assim será mais fácil que fiquemos juntos, mantendo as aparências debaixo do mesmo teto, com uma ou outra eventual escapulida ou até uma desconhecida vida dupla, acreditando que o normal, o correto é mesmo a tão propalada teoria do “com o tempo a paixão acaba, o amor se transforma e vira companheirismo”, e que, adeptos dela, não somos nem seremos solitários.
Amigo, amiga, não sejamos tolos com essa teimosia de felicidade: é tão mais fácil ser como a maioria e aceitar que não é necessário fazer as coisas com tesão.
Adoreiiii ……………