A ditadura assassina (da beleza)

Dr bumbum-1

Na matéria exibida pelo Bom Dia Brasil desta 4ª feira sobre o tal dr. Bumbum, o sujeito, em um vídeo postado em seu perfil na rede social, diz, vestido com aquele jaleco verde usado nas cirurgias: “Quando eu visto esse jaleco, é que o bicho vai pegar”.

A frase tem uma entonação debochada, mundana, parece dita por algum frequentador assíduo de boteco quando chega com sede para beber.

Me lembrou o Romário quando entrava em campo para trucidar as defesas adversárias.

Aliás, pelo que veio à tona, foi isso que o tal dr. Bumbum fez com sua última paciente e com algumas outras também.

Mas, pondo de lado rapidamente a canalhice do médico, o que leva alguém a desconsiderar qualquer possível dica do bom senso e se submeter a um procedimento médico em uma cobertura, longe de qualquer estrutura hospitalar?

Certamente a mesma cegueira que já vitimou ou mutilou mulheres nas tentativas de ficarem supostamente mais belas com lipoaspiração ou aplicação de silicone.

É a cegueira florida na ditadura da beleza, cruel como qualquer ditadura (estupidez que não se contenta apenas com o campo político), cultivada atualmente nos excessos das academias de ginástica e salões de beleza, na esquizofrenia das dietas.

Sob a mão de ferro do regime de exceção em sua versão “torne-se uma beldade”, o que importa é o corpo perfeito, mesmo que a morte possa ser seu preço.

1 comentário em “A ditadura assassina (da beleza)”

  1. Rosângela finocketi

    Creio que a ignorância aliada à busca do mais por menos, resulta em procedimentos cada vez mais insensatos. Fiquei chocada com os vídeos e como o tal doutir se refere às pacientes.! Parece um cantor de pagode ou sertanejo anunciando os seus próximos shows, quando se refere aos próximos locais que fará a sua aparição. Triste e cruel!

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