A equação da tragédia

Foto: Reprodução/ TV Globo
Foto: Reprodução/ TV Globo

A partir de minhas várias e marcantes experiências de repórter cobrindo deslizamentos de terra e todo o tipo de soterramento, me parece que é simples a equação dessas tragédias.

O Estado nunca se importou com política habitacional para as classes menos favorecidas, ou, em bom português, nunca se preocupou em fazer casa para pobre.

O pouco que se fez alguns anos atrás foi desmontado de 2019 para cá, como, aliás, quase tudo nesse país foi ou está sendo.

Então quem não tem onde morar faz casa na encosta ou em área de alagamento.

Fiam-se não apenas na incompetência e falta de vontade do poder público em fiscalizar, mas também no cagaço político de governadores e prefeitos em tirarem as pessoas dessas áreas, porque são redutos eleitorais de deputados e vereadores (especialmente vereadores), que são os que pedem e conseguem votos para candidatos a prefeito e governador.

É de se anotar que não apenas pobres constroem em áreas de risco.

Há muita mansão em encostas Brasil afora, e aí entra aquela máxima: já viu governo mexer com rico nesse país?

Então, vai se vivendo, construindo e morando, sabendo-se que apenas a fúria da natureza poderá tirá-los dali.

O que, infelizmente, às vezes acontece.

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