Vários grupos religiosos estão neste momento fazendo uma passeata na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra a legalização do aborto.
Interromper uma gravidez talvez seja assunto muito mais passível de ser regido pela consciência do que pela lei.
Quem é contra o aborto continuará sendo, seja ele descriminalizado ou não, e não o fará – ao menos em tese – mesmo que não haja punição.
Da mesma forma, quem é a favor manterá a postura, mesmo que a lei continue proibindo a prática fora dos casos que ela mesmo permite.
Em que pese o direito de manifestação, penso que os religiosos gastam muita energia com algo que transcende o mundo jurídico, que passa bem mais pelo foro íntimo, por uma decisão que deve ser cruel de ser tomada.
Que tal se os religiosos ocupassem ruas e avenidas do país gritando contra práticas que realmente precisam da mão dura da lei, tais como a corrupção, o racismo, a discriminação ou a pedofilia e a prostituição infantil?
Em tempo: sou contra o aborto.
Muito bom esse texto. Me leva à reflexão e achar sua posição correta. Parabéns!