Aceitaram de bom grado o convite para se apresentarem na feijoada bolchevique.
Leriam dois ou três poemas antes da roda de samba. O cachê era o sorriso iluminado e grato da organizadora, velha amiga de um deles, e um belo e suculento prato de feijoada.
Festa grande, coisa de 200 pessoas. Quem fosse, estaria contribuindo para pagar a passagem de uma caravana que ano que vem vai à Rússia, comemorar os 100 anos da revolução bolchevique. Daí foi batizada assim a comilança.
– Revolução bolchevique…que coisa mais anacrônica… – um deles balançou a cabeça, rosto torcido em tom de desprezo.
O outro concordou
Mas, logo em seguida, parecendo refletir melhor, o que dera o muxoxo tratou de emendar.
– Bem, em todo caso é muito melhor do que Escola sem Partido.
E o outro concordou de novo. E mais ainda.