O mundo anda barulhento demais.
Automóveis não fazem mais barulho apenas com motor e buzina.
Dentro é um exagero de alarmes.
Outro dia dirigi um elétrico. Um silêncio maravilhoso. Por fora. Dentro era piiiiiii a cada vez que eu piscava os olhos.
Fora os aplicativos de navegação com suas vozes metálicas mandando “virar aqui, virar ali”.
Mas nada pior do que as caixinhas de som portáteis, conectáveis pelo Bluetooth.
Elas são a desgraça da humanidade nos dias de hoje.
Uns meses atrás, em uma bela trilha aqui em Brasília, um grupo de rapazes transformou a cachoeira do lugar em baile funk.
No último fim de semana, um sujeito cruzava o cerrado por uma trilha estreita ouvindo música sertaNOJO, sufocando por onde passava o canto dos pássaros, o barulho do rio, o som do vento nas folhas. E a nossa paciência.
Certamente não lhes passa pela cabeça que todos esses ruídos são música. Música da natureza. Mas é esperar demais de quem escuta a trilha sonora do grotesco e que imbeciliza esse país há trinta anos, desde que o É o Tchan ganhou as paradas de sucesso.
Sou a favor de se explodir com uma bomba cada caixinha dessas que esteja aniquilando a paz e o sossego em local público.
Se estiver tocando pagode, funk bunda, sertaNOJO ou música baiana, que se use duas: uma pelo barulho e outra pelo mau gosto musical.