Obrigado, carrinho,
por todos esses anos
acelerando nas retas,
cantando pneu nas curvas
com ronco de motor
enchendo as tardes
de sábado e domingo.
Obrigado, carrinho,
até pelo cheiro
Do vapor de gasolina
subindo pelo carburador.
Obrigado pelos
cabelos ao vento
dando a ideia
de como deve ser
a liberdade dos pássaros.
Obrigado também
Pelo sol se pondo
Além do para-brisa
ou no canto do retrovisor
E pela lua cheia
Em noites
Sem capota.
Vai, carrinho,
vai fazer feliz
Outro que também
tenha o volante como terapeuta
E que coloque as ideias em ordem
a cada pisada no acelerador.