Cada geração de torcedores tem seu jogo inesquecível da Seleção Brasileira. O de meu pai foi Brasil e França, semi final da Copa de 58. Ganhamos de 5 x 2 e entramos na reta final para conquistar nosso primeiro caneco. Meu irmão sempre cita Brasil e Inglaterra, na Copa de 70, o da memorável defesa do Banks na cabeçada do Pelé.
Minha geração não lembra da Copa de 70, portanto até 94 jamais havíamos visto um brasileiro levantar a taça. Da mesma forma que aquele Brasil e França resgatou um pouco o orgulho de quem viu o Uruguai vencer em 50 nas nossas barbas, o Brasil e Holanda de 94 redimiu em parte a derrota para a Itália na Copa da Espanha, em 82, o maracanazzo dos filhos da revolução. Naquele sábado, o show da maior dupla de ataque que vi na Seleção – Romário e Bebeto – levou o Brasil à semi final, mas a verdade é que ali embalamos de vez e metemos a mão na taça. Ficamos esperando apenas a hora de poder levar para casa. Houve ainda, é claro, a bomba santa do Branco, com direito a tiradinha de bunda do Romário, exatamente na hora em que o Brasil dormia em campo e a Holanda era melhor, após ter conseguido o empate.
Assisti ao jogo na redação da TV Bandeirantes, no Rio. À época eu apresentava o telejornal local da emissora, que entraria no ar 40 minutos após o termino da peleja que testou enfartados. Entrei no ar rouco, pedindo desculpas, alegando que milhões em todo o país estavam do mesmo jeito que eu àquela altura. Mas o que eu queria mesmo era dizer que a minha geração estava resgatando a si mesma como torcedora da Seleção.
Muito boa a lembrança André é isso aí. Atualmente sinto falta de craques, acho que o último foi o Romário que fechou a vitrine e já com idade avançada.
Bela crônica, André!! Espero que amanhã você possa escrever sobre hoje, que a Holanda vá para casa! Brasillllllll!!!!!!!!