Consumidor e cidadão

A punição imposta pela Agência Nacional de Saúde aos planos de saúde tem um aspecto positivo que ficou, sem muita atenção, nas entrelinhas da notícia: a participação da sociedade na tomada da decisão pelo Estado.

Este ano, foram mais de oito mil reclamações contra os descalabros promovidos por quem, pra efeito de marketing, anuncia que presta medicina de primeiro mundo.

Com exceção das marchas da Maconha e das Vadias, qual mobilização que consegue, nos dias de hoje, colocar mais de oito mil pessoas nas ruas do país?

Há claramente uma diferença entre a mobilização do brasileiro como consumidor e como cidadão. Desde que amparado pelo Código de Defesa e por alguns institutos que mal ou bem agem a seu favor, o primeiro reclama seus direitos, até porque esses dizem respeito à parte mais sensível de todos nós: o bolso.

Já o segundo patina no eterno discurso contra ladroagem em palavras que se limitam às rodas de bar e, ultimamente, às redes sociais, como se o voto dele não possuísse parte da responsabilidade pela bandalheira.

Não deixa de ser também, numa análise um pouco menos superficial, a importância do individual e do coletivo: pelo o que é meu, eu brigo; pelo o que é nosso, eu digo que deveríamos brigar.

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