Continuo achando que notícia é mais importante que jornalista

O Globo Esporte, da TV Globo, está fazendo 35 anos. Sou de uma geração que saía correndo da escola para assistir ao Léo Batista apresentar as notícias do futebol. Na época do Flamengo do Zico, o Globo Esporte das segundas-feiras era, para mim, o mais saboroso dos programas de TV.

Hoje levaram ao ar uma edição especial de aniversário. Acharam por bem destacar a história de alguns apresentadores e repórteres que ao longo desse tempo apareceram na telinha falando de esportes na hora do almoço.

Peço perdão por ser ranzinza, mas não me despertou interesse assistir à entrevista que a apresentadora bonitona concedeu ao próprio Globo Esporte à época em que era campeã de bodyboard. Muito menos me comoveram as contingências em que foi feita a primeira reportagem a entrar no ar do outro jornalista, que hoje é um dos principais da emissora.

Como jornalista, ainda gosto mais de notícia do que da vida dos outros, e esperava que um programa especial sobre os 35 anos do Globo Esporte pudesse trazer uma retrospectiva do que de mais importante aconteceu em três décadas e meia. Passamos de tri a penta no futebol; deixamos de ser o país de alguns dos melhores pilotos de F1 e passamos a ser a pátria do vôlei. Vamos sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Será que não há nada de importante a falar sobre isso no aniversário do programa?

Mais uma vez, peço perdão por ser ranzinza, mas é que ainda acho que os fatos que viram notícia são mais importantes do que nós, que produzimos notícias .

PS: Mudando de assunto. A dona do bar em que tomo café diariamente disse que todos os dias levam dali dois ou três frascos de adoçante, alguns já pela metade, inclusive. Como você acha que agiria uma pessoa que rouba um frasco de adoçante pela metade se estivesse no lugar do deputado e do senador aos quais, possivelmente, ela acusa de ladrão?

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