Corrupção e burrice.

O Arruda vai passar mais um fim-de-semana preso. Já tem mais de sete dias que ele está só na base da quentinha levada pela mulher e lendo os livros de auto ajuda que recebe de uns tipos inomináveis que aparecem por lá. Se de tanto ler auto ajuda o sujeito realmente melhora, ele sairá em lágrimas e de joelhos, pedindo perdão em praça pública. E devolvendo o dinheiro, o que é o mais importante.

O governador afastado e preso parece mesmo que irritou muito a Justiça. O histórico da senhora de venda nos olhos nesse país é de aliviar a barra dos graúdos. Quantos pretos pobres neste exato instante vivem o inferno das cadeias, tendo merecimento de estarem longe dali? E quantos “Daniéis Dantas” e similares de Arruda são fotografados pelas colunas sociais quando deveriam estar olhando as paredes das celas, relfetindo em quanta escola e hospital deixaram de ser construídos por causa do dinheiro que eles levaram do país?

Arruda começava, pouco a pouco, a ser esquecido pela mídia nacional. Controlando quase todos os veículos de comunicação em Brasília, começava a ver assentar a poeira do vendaval do escândalo que estourou em novembro. Aí quis se livrar da patifaria com mais patifaria.

Dizem que nada irrita mais a Justiça do que tentar atrapalhar o seu trabalho. E Arruda caiu na desgraça de tentar subornar quem, simplesmente, arquitetou todo o plano executado pelo homem que o desnudou moralmente perante o país. Parece que corrupção e burrice juntas não dão bom resultado.

Todo esse tempo na prisão possivelmente não seja tanto pelas imagens da mão gananciosa pegando o dinheiro suspeito, mas certamente é pela tentativa de dar um drible na Justiça, de se achar inatingível na prática de remover qualquer pedra do caminho com dinheiro. Dinheiro sujo.

Agora foi transferido da sala em que estava na Polícia Federal para uma menor, sem janela e sem banheiro. Precisará passar pelo constrangimento de pedir ao policial que toma conta do cárecere cada vez que quiser fazer xixi e cocô.

Um governador de estado?

Pois é, um governador.

O advogado de Arruda, Nélio Machado, considera a situação vexatória para um homem que ocupa tal cargo. O que disse é apenas caixa de ressonância do pensamento de quem está nos degraus mais altos da política, da economia, da sociedade de uma forma geral: a lei não pode mesmo ser igual para todos. Daqui, dos degraus mais baixos, é de se pensar ao modo de uma imagem invertida pelo espelho. Não pode ser igual, deveria ser mais rígida para quem rouba depois de ter recebido a confiança do povo.

Do jeito que seu cliente azedou o humor da Dona Justa, Dr. Nélio, que se dê por satisfeito de não estar na Papuda.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima