Quem nos protege da incompetência?
Hoje faz três semanas que meu carro está na oficina. Pelo tempo, é de se pensar que se trata de um conserto complexo, tal como motor fundido ou acidente que o tenha amarrotado inteiro.
Não.
Trata-se apenas de uma simples, irrisória e besta troca de fechadura. De plástico, base do material utilizado cada vez mais pela indústria nacional, ela literalmente se esfarelou após quatro anos de uso.
A situação mostra que durabilidade e tempo longo ou curto são conceitos relativos no mundo de hoje, especialmente no mundo fabril.
Essa mesma indústria que encurta o tempo quando o assunto é durabilidade do que ela produz, estica-o quando se trata de fazer o consumidor esperar pela peça ser trocada.
Há três semanas as concessionárias da Fiat não conseguem que a fábrica envie uma mera fechadura para ser colocada em um automóvel que está em perfeito funcionamento, mas não pode trafegar porque não há como isso ser feito com a porta aberta.
Enquanto isso, o consumidor que apostou na marca que se vire andando de ônibus, táxi ou pegando emprestado o carro de algum parente de boa vontade (sim, existem alguns).
Meses atrás, essa novela já havia se passado comigo, apenas a atriz era outra: em vez da Fiat, Volks. Acho que ela não previu que a peça que move o retrovisor elétrico poderia se quebrar. E tome dias de espera e transtorno.
O engraçado – em tom de deboche, escárnio – é que se trata da mesma indústria que pede proteção ao Governo quando se vê ameaçada pela concorrência do exterior. Parece o valentão da escola: bate no mais fraco (consumidor) e quando vai apanhar do mais forte, corre pra mãe e pro pai.
E como os trabalhadores dessa mesma indústria formam os sindicatos que são o berço do partido do governo, é claro que a acolhida é imediata.
Sem instrumentos para tanto, o consumidor que dê seu jeito de se proteger da incompetência da indústria nacional.
André,
Já estou sem o meu carro por 39 dias!
Bom, no meu caso, foi um pouco pela esperteza do BB Seguros, que quis por tudo me cansar com subterfúgios objetivando o não pagamento da peça principal do meu carro. Superado isto,
Agora é a falta de peças sob a alegação de que como carro é novo (modelo) e a maioria das peças está direcionada a linha de montagem, o que não diminui o absurdo!
Ou seja, desrespeito total ao consumidor brasileiro, este, que move a máquina da economia de qualquer País sério!
Abraço
Raymundo Jr.