Gosto e talento

Fico sabendo que em sua participação semanal em uma rádio de notícias, o jornalista e escritor Ruy Castro disse que jamais alguém fez música boa na Inglaterra.

O comentário foi referência ao encerramento das Olimpíadas, no último domingo. Com isso, Ruy Castro desconsidera qualquer valor musical nos Beatles, nos Stones, no Led Zeppellin, no Pink Floyd, para citar apenas as quatro bandas mais famosas da terra da rainha.

Penso que não gostar é bem diferente de não reconhecer talento. É possível as duas coisas estarem dissociadas, serem distintas? Acho perfeitamente cabível, o que parece não ser o caso do Ruy. Ao que tudo indica, se ele não gosta, não presta.

Não gosto, nunca gostei de samba. Não gosto, nunca gostei de Chico Buarque. Idem Bossa Nova.

E aí, por isso, saio pregando que Cartola, Paulinho da Viola, João Gilberto não têm valor? Que no Brasil nunca se fez música boa?

Uma coisa é ser tocado de diversas formas por um gênero musical, entre elas – e principalmente – sua estética; outra é reconhecer o talento de quem faz.

Chico têm valor, talento? Sim, muito. Tocam-me suas músicas? Não, não me identifico com elas, não traduzem o que penso e o que sinto.

Ruy Castro é um grande escritor? Sim, ótimo! Gosto de suas biografias? Adoro! E sugiro que, em vez de falar de música, ele escolha mais uma pessoa famosa e interessante para escrever sobre a vida dela.

3 comentários em “Gosto e talento”

  1. Raymundo Jr.

    Pelo amor de Deus!
    Eu já estou morrendo de vergonha, pois o risco de ver nas Olimpíadas do Rio o tal do Zeca Pagodinho, claro com a Brahma mão, Alcione, Ivete, Claudia Leite e por aí vai! Cruzes! Sim, claro, com o risco ainda maior e pior, ver o Carlinhos Brown comandando a festa! Bom, neste momento, vou estar rumo a Marte!
    Em que planeta este Ruy Castro está!? Este jornalista nunca ouviu Beatles!? Não conheceu um cara chamado George Harrison, outro chamado John Lennon!?
    Só não concordo com você, amigo André, sobre a Bossa Nova.
    Abração
    Raymundo Jr.

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