Livros da Minha Vida 2 – Caçadas de Pedrinho

pedrinho

Descobri o mundo de Monteiro Lobato por meio da literatura e logo depois por meio da TV, na segunda metade dos anos 70, no seriado com Zilka Salaberry, Jacira Silva, Julio César, Rosana Garcia e Dirce Migliacio, entre outros.

Por aí, há de se ter uma ideia da importância da telinha na formação cultural da minha geração, com certeza a primeira a ser realmente impactada pelo veículo de comunicação que mudou o comportamento da humanidade no século 20.

Se vinha pelas páginas ou pelas imagens via satélite, me era indiferente: o fascínio que Lobato exerceu sobre mim me construiu como leitor, me ajudou a ser criança. As denúncias de que era racista, e que me parecem procedentes, são contra a pessoa. Para mim, não arranharam o brilho do autor, até porque não necessariamente um grande artista será um grande ser humano.

Mas a porta desse mundo de magia e aventura foi Caçadas de Pedrinho, terceiro ou quarto título da série infantil mais famosa – alguém duvida? – da literatura brasileira. A época, eu morava numa casa antiga no Grajaú, bucólico recanto da zona norte carioca. Havia um quintal com plantas viçosas e uma goiabeira, cujos troncos formavam uma forquilha onde eu adormecia.

Era difícil existir um menino que, tendo lido ou assistido ao Sítio do Picapau Amarelo, não tenha querido ser o Pedrinho. Não, ele não era nosso ídolo: ele era o que queríamos ser em nossas brincadeiras. Tenho certeza de que naqueles tempos eu fui, ao meu modo, um pouco, ou até muito o Pedrinho, porque, sem dúvida, aquele quintal no Grajaú era o meu Picapau Amarelo.

3 comentários em “Livros da Minha Vida 2 – Caçadas de Pedrinho”

  1. André Giusti

    Obrigado, Elizabeth, pela participação no blog. Um abraço!

  2. Não li Monteiro Lobato no devido tempo embora conheça as histórias contadas pela televisão. Mas gostei como o André relatou a sua infância no Grajau lembrando das histórias do Pedrinho.

  3. Denise Giusti

    Como sempre adorei o texto, adorei voltar na memória quando lia as histórias de Monteiro Lobato como também queria ser como como a Narizinho e viver todas aquelas aventuras!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima