Livros da Minha Vida 6 – A Borboleta Amarela e O Verão e as Mulheres

A borboleta Amarela

Chego a pensar que hoje esta coluna do blog deveria se chamar, excepcionalmente, Escritores da Minha Vida.

Para mim é bem mais fácil falar de Rubem Braga do que de um livro dele em particular, mas como a proposta é esta, escolhi falar primeiramente de A Borboleta Amarela, minha porta de entrada no mundo de um autor que foi bem além de participar da minha formação como leitor.

Lendo o velho Braga, em A Borboleta Amarela, fui assaltado pelas primeiras certezas de que minha profissão seria mesmo o jornalismo. Logo depois, na adolescência, a puerilidade dos meus poemas de início já era acompanhada por aquela permanente solidão do homem na cidade, que tanta poesia emprestou às páginas frias dos jornais em que Braga trabalhou durante décadas.

Pois escrevendo prosa, Braga fez poesia urbana e quotidiana, ou seja, nada mais suficiente para ser poeta.

O verão e as mulheres

Anos mais tarde, ao ler O Verão e as Mulheres, deparei com dois dos mais belos textos da literatura brasileira (embora muita gente torça o nariz e não considere literatura o gênero que consagrou meu mestre e de tantos): a própria crônica que dá nome ao livro e sua versão masculina, ou seja, O Verão e os Homens.

Nas poucas vezes em que releio meus contos já publicados, percebo o espírito do velho Braga conduzindo várias histórias também em minha fase adulta de escritor, e admito que, mesmo que com milhas de distância para sua capacidade de tornar lindo o banal, eu tento fazer o mesmo.

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