Quando eu li A Vingança do Timão, eu tinha por volta de 13 anos e minha cabeça era ocupada por três coisas: futebol, futebol e futebol.
Mas o gosto pela leitura já ocupava parte de minhas horas vagas há alguns anos. Portanto, um livro que falava sobre futebol reunia paixão e prazer. Com esse binômio, o li parecendo a Alemanha jogando contra a Seleção Brasileira: rápido e voraz.
Carlos Moraes nos conta a história de um time de meninos no interior do Rio Grande do Sul. A história nos fala de amizade, superação e liderança. Mas, acima de tudo, na figura do pobre e mirrado Bejeja, ponta autêntico que entortava os adversários, é história sobre o futebol como forma de expressar a arte, a alegria e de fazer com a bola o improvável e o impensável para os adversários, e deste modo ser uma das mais fortes e genuínas expressões da identidade brasileira.
Tudo o que dentro das quatro linhas comprovamos nesta Copa estar perdendo nos últimos anos.
Se querem mesmo renovar o futebol brasileiro, sugiro começar lendo A Vingança do Timão.
PS: Pra encerrar o assunto: é doloridamente irônico que a melhor Copa de todos os tempos (pelos menos entre as que assisti) tenha sido aqui, para vermos ao vivo a pior Seleção Brasileira da história.
Esse livro me marcou muito também, foi muito bem escrito e até hoje o tenho. Até pensei em entrar em contato com o autor por carta.