Assumo minha paixão por automóveis.
Especialmente os esportivos.
Se italianos ou alemães, ainda mais.
Em caso hipotético e distante de riqueza, admito que não me furtaria a ter um BMW Z4. Me contento com muita felicidade em meus rolezinhos no meu Puma GTS 1978.
Adoro vinhos, especialmente os europeus, e devido à paixão pela minha ascendência, nutro devoção especial pelos italianos. Acho que os vinhos alimentam principalmente a alma.
Adoro comida, restaurantes bem servidos, camisetas descoladas e meus estilosos tênis all star.
Mas tenho uma quase certeza de que nada me acrescenta mais do que música e literatura.
Quando termino de ouvir bons discos ou ler grandes livros, sempre brota em mim a convicção de que depois deles sou uma pessoa melhor e que tenho algo de melhor a dividir com o mundo.
Penso que os dois – discos e livros – justificam algum apego ao materialismo.
Crente na vida após a morte, se no último minuto de minha existência me fosse dada a possibilidade de levar para o plano invisível algo de palpável que possuí neste planeta confuso, eu diria sem titubear, roubando o pequeno trecho da letra da canção de Zé Rodrix e Tavito: meus discos e livros.
E nada mais.