Estou de costas para a TV ligada e ouço a inconfundível voz do Pedro Bial anunciando as atrações do programa que ele apresenta, o tal Na moral, que me parece mais uma tentativa desesperada da TV aberta em reverter a queda de audiência dos últimos tempos.
A voz do Bial é ótima, radiofonicamente perfeita, mas é difícil descrever minha irritação quando a ouço, tal é sua identificação com o lixo que a telinha vem jogando em nossas casas nos últimos anos.
Eu não tinha, até agora, qualquer conceito formado sobre o tal Na Moral, mas a chamada do programa, que apenas ouvi, pois – repito – estava de costas, me comprova que, apesar da roupagem descolada do título e da ginga enjoativa do apresentador, é mais do mesmo da pobreza televisiva.
A quem possa interessar, o tema do programa de hoje (é hoje? Nem sei…)é o preço do corpo humano. Como não se disse com clareza o que será discutido, cheguei rapidamente a pensar que se tratava de algo relativo à prostituição, mas logo o modo “simpático e legalzinho” do Bial apresentar me esclareceu a dúvida: quanto vale o popozão da popozuda?, ele pergunta.
Já nem cabe mais discutir como um jornalista como o Bial, que para os moldes de TV era um grande profissional, derrapou na curva tempos atrás e está até agora caindo no abismo da babaquice.
O que me desanima é que a cada dia a televisão perde mais e mais oportunidades de ser um veículo pertinente, interessado em construir uma sociedade melhor.
E o que me entristece é que o objetivo é esse mesmo, não há ninguém por trás das câmeras cometendo algum engano.
Concordo plenamente André. TV aberta esta em decadência total faz anos. Programação totalmente dirigida para povo sem instrução, sem cultura. É tedioso, cansativo, sem criatividade, etc, etc,…