Os limites da TPM

Escrevi outro dia sobre isto: idosos que, por causa da prerrogativa justa que possuem de ter preferência, não se acham no dever de dizer ao menos obrigado quando lhes cedemos o lugar no transporte público ou a passagem no elevador.

Nenhum direito nos desobriga da educação.

O mesmo vale para manifestações físicas e seus “mau estares”.

Explico.

Dor de cabeça, de estômago, de dente ou seja lá do que for, também não são passaporte para o destrato em casa, no ambiente de trabalho, na rua.

A não ser que haja um cartaz em seu pescoço avisando, ninguém é obrigado a saber que você está passando mal.

Tente ser delicado e informe: desculpa, mas eu não tô legal.

Mas aonde eu quero chegar mesmo é na tensão pré-menstrual, cuja sigla – TPM – é tão famosa quanto INSS ou FBI.

Deve ser barra pesada o infortúnio que certas mulheres vivem todos os meses. Eu não tenho ideia, nasci homem nessa encarnação.

Mas às vezes me parece que há um consenso velado de que mulher na TPM tem direito a tudo em termos de comportamento, de relacionamento com o próximo.

É como se aceitássemos a ideia de que se fulana tá na TPM, pode xingar, escorraçar, ser grossa, estúpida, deixar a educação em casa. Afinal, são os hormônios. O mundo que tenha compreensão e abaixe a cabeça para as alterações dos hormônios femininos.

Desculpem, mas não acho que deva ser assim.

Se um dia eu tiver um problema qualquer e não conseguir mais ereção, não acho que deva sair por aí cuspindo farpas, pregos e tachinhas.

Perdão, querida, eu não tenho culpa se você nasceu mulher.

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