País bonito pra quê?

Rodrigo Vargas / Folhapress
Rodrigo Vargas / Folhapress

O mirante da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, está por um fio. Fecharam o principal ponto de um dos lugares mais bonitos do país.

Motivo: falta de segurança. A erosão tá comendo tudo rapidinho pelas beiradas.

É que puseram tanto carro, ônibus e caminhão lotados de gente pra entrar lá, que a vegetação não está aguentando mais e a natureza começou a dar a resposta aos desenvolvimentistas que erguem a hipócrita bandeira do desenvolvimento e da geração de renda. Desde que o desenvolvimento seja do bolso deles e a renda seja, claro, a que vai pra conta bancária deles.

O poder público chegou latindo alto. Proibiu farofa no lugar e mandou o proprietário (a área é particular, eu nem sabia) apresentar, em dez dias, um plano de recuperação da área degradada. Porque não falou grosso antes, mandando que a coisa fosse bem feita, desenvolvendo o turismo sem destruir a natureza?

Em Minas, já se dá como certo que o lixo das duas barragens (pra enganar a gente, eles usam o termo técnico e chamam lixo de rejeito de mineração, com o conluio da imprensa) vai contaminar, além da água – o que já está acontecendo -, os pássaros, as matas…

Pra que tantas praias paradisíacas, matas exuberantes, rios estupendos se a gente não sabe cuidar? A gente que falo é sociedade no geral, incluindo povo, estado e governo.

Se dessem um paízinho sem graça e sem viço pra gente, me pareceria de bom tamanho.

Lembro de uma frase que eu ouvia na infância quando o presente era chinfrim , e a pessoa que ia receber também não estava muito acima: pra quem é tá bom.

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