Pela volta da consideração e da responsabilidade

Me contaram de uma estagiária que no primeiro dia de trabalho recebeu sua primeira tarefa e antes de começar a executá-la, pediu à chefe para descer e estacionar melhor o carro, que estava mal parado.

Desapareceu.

Há uma lenda de que está procurando vaga pro carro até hoje.

Recentemente, uma profissional – já formada, portanto – não apareceu para trabalhar. O chefe ligou duas, três vezes, mandou mensagem, email, sinais de fumaça, bateu tambor. Lá pelo meio da tarde veio uma resposta pelo uatzáp contendo algo sobre stress e licença médica.

Talvez seja percepção própria, mas esse tipo de procedimento me parece que vem aumentando de uns anos pra cá em ambientes profissionais. A exemplo do primeiro caso, tenho visto estudantes abandonarem os estágios sem darem explicações aos superiores. Simplesmente somem, como se nunca houvessem estado ali, assumido um compromisso que poderia, inclusive, abrir-lhes as portas do futuro profissional.

Não sei se esse procedimento é fruto das relações superficiais intermediadas hoje em dia em boa parte pelo aparato da tecnologia. Como não há vínculo material, o desfecho apenas encerra o caminho pueril trilhado pela própria convivência: simplesmente deixa-se de se seguir, não se manda mais mensagens.

Colega minha aventa a hipótese considerável de as pessoas terem medo de assumir perante os outros que erraram nas escolhas: o estágio não é aquilo que pensei, o emprego não me traz felicidade.

Normal. Na vida, acho que a maioria de nossas escolhas são equivocadas.

Mas respeito, consideração pelo outro e responsabilidade deveriam fazer parte de nossos procedimentos, independentemente do rumo que escolhemos tomar.

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