Por meia dúzia ou por menos

números

 

Nunca fui filiado ao PT, embora tenha sempre votado nos candidatos do partido, com uma ou outra variação para outros partidos de esquerda. Ou pretensa esquerda.

No entanto, a postura dos governos Lula e Dilma diante de pontos como educação básica e sistema financeiro, por exemplo, me fazem chegar a mais uma eleição disposto a votar na candidata do partido muito mais por falta de opção do que por convicção, embora a figura humana da Presidenta me desperte respeito e admiração.

É que é difícil confiar o país a alguém que até semana passada era governo – e que agora cospe no prato fazendo discurso indignado – ou a alguém cuja vida pessoal, e mesmo política, é envolta em sombras (muito) mal explicadas.

Certo também é que nos quadros do PT, outrora paladino da ética, havia vários agentes ativos da corrupção. E em relação à própria legenda, houve complacência ou coligação com quem sempre fez da roubalheira e da politicalha rastaquera objetivo de poder e maneira de nele permanecer.

Mas me enfastia o discurso que amplifica a participação do PT em tudo isso, como se o partido fosse o desbravador da selva da patifaria, como se quem o antecedeu – e que deseja voltar com roupa de vestal grávida – jamais houvesse sujado as mãos de lama.

A alternância do poder, como reivindicam muitos, é saudável e necessária, desde que essa alternância não seja trocar seis por meia dúzia.

Ou, dependendo de quem seja a alternativa, até por menos.

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