Quando o ser humano – funcionário – faz diferença

Entro na Livraria Leitura do Shopping Pátio Brasil, centro de Brasília.

Há uma estante quilométrica dividida em seções, de acordo com o tipo de livro. O que procuro é um livro técnico (o promissor Gestão de Crises em Comunicação, do professor João Jose Forni), mas não consigo perceber em qual seção ele pode estar.

Procuro algum funcionário para me orientar. Ninguém à volta. Parece que o freguês tem mesmo que manjar muito de auto ajuda, porque ali o negócio é se virar sozinho.

Como o horário de almoço já está acabando, desisto do livro, mas vou levar uma caneta marca texto.

Entro na fila para pagar, e das quatro caixas, apenas uma está atendendo, como se não fosse horário em que tanta gente escolhe ir à livraria. Para completar, há um problema com o código de barras do produto que a pessoa a minha frente está comprando e a coisa emperra.

Atrás de mim, uma mulher que tem nas mãos um livro que não me parece barato, desiste da compra. Eu, por minha vez, pergunto à moça do caixa se vai demorar, e dela recebo, sem qualquer simpatia, uma resposta desanimadora. Pouso a caneta no balcão e sigo o exemplo da outra freguesa.

No piso de baixo do shopping, entro em outra livraria, a Saraiva. Vejo o rapazinho com o uniforme da loja e peço informação. Imediatamente ele abre o computador, faz a consulta e já parte para pegar meu livro. Antes, porém, pergunto sobre um romance que há tempos procuro. Ele, então, educadamente, pede a outra funcionária que me atenda, e esta, por sua vez, imita a presteza do colega. Só não levo o romance porque não há em estoque.

Na fila do caixa, a espera não é grande, tempo suficiente para consultar outro vendedor sobre um blues que toca, fazendo música ambiente na loja. Ele, gentilmente, me informa que já está fora de catálogo, mas que consigo, por um bom preço, baixá-lo no Itunes.

Saio satisfeito, pensando que, ao menos no shopping Pátio Brasil, o que a Leitura talvez esteja economizando em salário a Saraiva está ganhando em vendas.

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