Assisti a dois filmes neste fim de semana que penso valerem registro.
O primeiro é Três Corações, uma produção francesa do ano passado.
A história trata de uma terrível coincidência amorosa, que embora inusitada, não isenta nenhum mortal de vivê-la, mesmo que a possibilidade seja menos que ínfima.
Dois pontos me chamaram a atenção no filme. Um é a tensão permanente, que vai quase da primeira cena até a última.
O outro é o final. Feliz? Triste? Trágico? Suave?
Necessário, eu diria.
O segundo é Um pombo pousou num galho refletindo sobre a existência, um filme de nacionalidade quadrupla.
Se o título causa estranheza, espere para ver o filme.
Ele é tão estranho, que provoca até gargalhadas em alguns momentos, especialmente no começo.
Mas logo depois o que aparece na tela é de dar nó na cabeça.
Quando algo ameaça fazer sentido, há um novo surto no roteiro, na direção, e tudo volta a ser um quebra cabeça lisérgico de dez mil peças.
Não se sinta burro quando sair do cinema.
Desconfie é da honestidade intelectual de quem disser que esse filme é uma obra de arte, uma sacudida da genialidade na mesmice do cinema.
Porque não é.
Concordo em “gênero, número e grau”. Três Corações é verdadeiro, vibrante e envolvente do início ao fim. O filme do pombo, é como dizemos lá em Minas: “trem doido dimais da conta, sô”!