Transparente, ou nem tanto?

urna

As poucas propagandas sobre eleições no Brasil são permeadas pela ideia de que o sistema eleitoral em nosso país é não apenas democrático, mas extremamente seguro e também transparente.

Nossa Constituição garante a todos o direito de escolher seus representantes e governantes. O voto eletrônico, asseguram, vem equipado com instransponíveis dispositivos antifraude. As medidas tomadas pela Justiça Eleitoral permitem que a sociedade acompanhe de perto todo o processo eleitoral.

Bem, acho que o fato de o voto ser obrigatório já é um chute na canela da nossa democracia. Quanto ao segundo ponto, não sou técnico em informática para desafiar a infalibilidade de nossas urnas.

Mas experimente ir ao portal do Tribunal Superior Eleitoral para saber sobre o financiamento de campanha, ou seja, quanto e de quem cada candidato está recebendo dinheiro para bancar os custos de ser eleito.

Penso que pela importância do tema, isso deveria estar estampado em cor de abóbora no site do tribunal. Para chegar a essa aba na página do TSE, o eleitor não chega a entrar num labirinto, mas também não encontra porta escancarada e tapete vermelho.

E a situação complicará se você quiser saber, por exemplo, qual candidato a deputado tá enchendo mais a burra com a  grana dos financiadores. Você só terá essa informação se digitar um por um o nome de quem, em tese, está correndo atrás de trabalhar pelo bem do país, dos estados e do Distrito Federal. Para isso, é simplesmente necessário saber o nome de cada um deles que está nas ruas pedindo voto. Ou seja, impossível.

Dessa forma, a transparência eleitoral fica parecendo um vidro um tanto embaçado.

E se não é completa, não pode ser transparência.

 

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