Muitas bandas de Rock’n Roll no Brasil tiveram vida curta, muitas sequer chegaram a gravar um disco inteiro.
Em alguns casos, foi um favor que fizeram ao público.
Em outros, foi de se lamentar a breve existência.
Em minha opinião, é o caso do Água Brava, banda carioca que, pela minha recordação, surgiu ali na mesma época do Barão e do Paralamas.
Nem chegaram, na época, a gravar um LP completo.
Tinha e tenho até hoje um compacto com o principal sucesso do grupo: Pressão, meu hino quando eu tinha 17 anos e era revoltado com diversos aspectos da humanidade, entre eles ser obrigado a estudar química, física e biologia.
A música do Água Brava tinha um acentuado quê setentista, mas já anunciava de alguma forma o que seria feito naqueles decantados anos 80.
Pra mim, trazia influências de O Terço, mas também antecipou um pouco o som que o Barão fez depois que o Cazuza saiu. Não sou crítico musical, escrevo de orelhada, de metido que sou a falar sobre uma das coisas que mais amo: Rock’n Roll.
As letras traziam mensagens contra a repressão e alusivas à guerra fria, bomba atômica, e lendo o noticiário dos últimos dias, bate um medo de que de repente elas estejam voltando a ser atuais.
Cinco anos atrás, a banda, sem o baterista original, já falecido, se reuniu e gravou um CD.
Há muito tempo não comprava CD, e embora o disco esteja no spotify, resolvi comprar, direto com o próprio guitarrista, Daniel Cheese.
É sempre legal comprovar depois de tanto tempo que as coisas que você achava boas aos 15 anos eram realmente boas, a ponto de você ouvir com satisfação às portas dos 50.
Valeu, Água Brava! Vida breve, marcas longas.