Vida real e digital

Minha amiga jornalista Roberta Paz diz que sente vontade de se retirar do feicibúqui por causa da quantidade de baboseiras postadas na rede social. Mas, aí, lê uma ou outra coisa interessante de alguém inteligente, volta atrás e permanece.

Comentei dizendo que a essa altura, com a consolidação do mundo digital a cada minuto, sair do feici ou das outras redes sociais é como se, 20 anos atrás, você se trancasse em casa sem TV, rádio ou telefone. Começa a ser impensável nos dias de hoje, ainda mais para quem, feito eu ela, trabalha com comunicação.

A exemplo da vida de verdade, a digital nos cerca com suas delícias e relevâncias, ensinamentos e lições proveitosas, mas também arrasta para junto de nós sandices das quais só o ser humano é capaz. Traz também o nenhum relevo de coisas que não nos levarão a lugar algum, das quais nada tiraremos para melhorarmos a nós e ao mundo.

E a exemplo da vida real, cabe-nos a seleção. Na rua, quando nos entregam panfleto de religião diferente da que temos – ou não temos -, amassamos o papel e, se somos educados, damos mais alguns passos e jogamos no lixo. Se alguém nos chateia, evitamos o convívio. Com quem tem opinião contrária, ou discutimos ou silenciamos. Mantemos amizades, relações formais ou ligação de espécie alguma. Vai depender das afinidades. Na vida digital, isso tudo está ao alcance de um clique.

É quase igual à vida real.

Só não é de carne e osso.

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