Nasci com o nome de André Luis de Almeida Giusti no dia 11 de maio do emblemático ano de 1968, no subúrbio carioca de Cascadura.
Infância, adolescência e juventude foram vividas em bairros do subúrbio e da zona norte do Rio de Janeiro. A vida e os moradores desses lugares são, até hoje, elementos presentes no meu trabalho de escritor.
Minha porta para a literatura foi a poesia. Meus primeiros poemas são da década de 1980, e além de respirarem o ar de redemocratização que o país vivia à época, traziam também a influência do Rock Brasil, trilha sonora da geração nascida nos anos 1960. Entre 1986 e 1988 publiquei dois livros independentes de poemas e os vendia de bar em bar na noite carioca, tal qual a geração mimeógrafo da década anterior. Por alguns motivos técnicos não os relaciono na minha bibliografia.
Na virada dos 80 para os 90, descobri a prosa e comecei a escrever meus primeiros contos. Esses textos dariam origem a meu primeiro livro no gênero: Voando pela Noite (Até de manhã), de 1996, e que concorreu ao Jabuti no ano seguinte. Em 2013, o livro ganhou a 2ª edição pela editora que tem publicado meu trabalho desde que estreei na prosa, a 7Letras.
Em 1998 me mudei para Brasília. O início solitário e isolado na cidade deu origem a uma novela: Eu nunca fecharei a porta da geladeira com o pé em Brasília, da LGE Editora, publicado em 2004 e único dos meus livros até agora sem o selo da 7Letras.
Um ano antes, porém, eu havia publicado A Solidão do Livro Emprestado, contos em que a linguagem e os temas começam a se distanciar do formato de estreia, mostrando, em minha opinião, meu amadurecimento como autor e também como pessoa (A Solidão do Livro Emprestado ganhou 2ª edição em 2018, pela Editora Penalux).
Passei cinco anos sem publicar, apenas escrevendo. Nesse período surgiram os contos de A Liberdade é Amarela e Conversível, meu quarto livro, de 2009, onde o amadurecimento não figura apenas na narrativa, mas também nos personagens.
A publicação da obra coincide com a entrada, em definitivo, das redes sociais na vida do brasileiro e, principalmente, na dos meios de comunicação. Criei, então, meu site e meu blog, tendo, à época, o livro novo como motivo das páginas, e passei a usar não apena os dois, mas também as redes como plataforma de publicação de meus contos, poemas e crônicas sobre o quotidiano. A experiência me faz acreditar que o livro impresso não morrerá, mas, definitivamente, não é mais a única maneira que o autor tem para ser lido. E provavelmente, em breve, não será mais a principal.
Com o compromisso de atualizar o blog praticamente todos os dias, descobri que minhas filhas e a lembrança de meus pais, dos quais sou órfão há muitos anos, eram fontes de boas histórias, capazes de atrair para a literatura um público que começava a descobrir, por meio das redes sociais, o prazer de ler, ainda que fossem textos curtos. Foi assim que, em 2012, percebi que essas histórias poderiam compor um livro. Reescrevi quase todas, dando a elas um formato mais próximo do livro, e um pouco mais distante da internet. Então, quando vi, estava pronto Histórias de Pai, Memórias de Filho, meu quinto livro, e que, sem que eu tivesse a intenção, nasceu, na opinião de muitos, e inclusive da Editora 7Letras, como obra infanto-juvenil, com potencial, quem sabe, de despertar para o gosto pela leitura aqueles que têm entre 12 e 14 anos.
A experiência de blogueiro acabou rendendo outro livro. Em 2014, lancei meu primeiro volume de crônicas: As Estranhas Réguas do Tempo, publicado pela Editora Multifoco, do Rio de Janeiro, que reúne textos do blog escritos de 2009 até a impressão do livro. Busquei no formato tradicional da crônica jornalística de meu ídolo Rubem Braga a inspiração para falar sobre comportamento humano, sociedade moderna, relacionamentos e afins.
Após tantos anos publicando prosa, fui assaltado em 2012 pela vontade de publicar um livro de poesia, meu gênero original e do qual fiquei distante quase uma década. Reuni o material antigo ao que escrevi no retorno aos versos, e no final de 2016 nasceu Os Filmes em que Morremos de Amor, meu sétimo livro, o primeiro de poesia.
Menos de dois anos depois, voltei para o conto, estreando na Editora Penalux com A Maturidade Angustiada, reunião cerca de dez histórias escritas entre os anos dois mil e os primeiros anos desta década. Nelas, falo basicamente do envelhecimento da geração que presenciou a redemocratização brasileira e o Rock Brasil, nos anos 80.
Atualmente, escrevo meu 1º romance, cujo título provisório é Só Vale a Pena se Houver Encanto, e tenho pronto outro livro de poemas – De Tanto Bater com o Osso, a Dor Vira Anestesia – , que é uma espécie de lado B dos minha produção poética em mais de 30 anos.
Também sou jornalista e já trabalhei em várias empresas, entre elas Sistema Globo de Rádio, Grupo Bandeirantes de Comunicação e Fundação Roquete Pinto.