Em silêncio,
misturado às sombras,
vago pela rua
procurando a lua
para iluminar pensamentos imundos.
Mas não acho
nem lua
nem vida
nem nada.
Não há notícias de sobreviventes
nos últimos meses.
Quando durmo, sonho erótico
e as mulheres que me amaram
assassinaram as que eu não tive.
Acordo ao lado do meu corpo
duas horas antes do despertador.
junho de 1995
Do livro inédito Músicas para ouvir domingo de manhã