A liberdade e amarela e conversível

“Desceu acelerando na primeira avenida, uma reta inclinada com uma leve curva no meio e uma bem acentuada no final. Ali jogou a terceira, o ronco do motor na reduzida venceu o barulho do vento e ganhou o céu entardecido de outubro. Na saída da curva, apertou de vez o acelerador e o motor encheu novamente. O ponteiro do conta-giro subiu trazendo de volta com ele o vento indomado da velocidade. A liberdade é amarela e conversível, foi o átimo de poesia que lhe veio à cabeça. Sorriu com gosto. Não tivesse as mãos ao volante, anotaria a frase para que depois de sua morte os netos a encontrassem em papel envelhecido dentro de um livro e a creditassem a autor desconhecido.”

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