A morte ideal
É claro que não se deve e não se pode desejar a morte de ninguém, mas deixando a hipocrisia de lado, quem nunca, ao menos por um centésimo de milésimo de segundo, não pensou que seria melhor se o Zé Maria abraçasse aquela figura cuja serventia para a humanidade a gente fica tentando e não consegue encontrar?
Ao contrário, o sujeito arruma confusão e dá prejuízo como quem respira.
Em alguns casos, no entanto, é até pouco inteligente querermos que a pessoa bata a cassuleta.
Dependendo, o cara pode virar lenda, objeto de culto, arrebanhar seguidores e aí mesmo é que a gente não se livra dele.
E no meio disso aparecer alguém até pior (porque pior sempre existe, creia).
Então, é melhor deixar a peça viva e torcer para que a sua sucessão de desatinos e estultices o faça derreter em praça pública, feito um sorvete ruim no asfalto de verão, para que todos vejam, quiçá inclusive os imbecis que o cultuam, a ilusão em que se meteram e, de quebra, nos levaram junto.
É como uma morte estando vivo, para alguns casos, a morte ideal.