Prazo

caimasuloficial/Instagram
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Quanto tempo vai demorar pra gente reconstruir tudo, depois que eles destruírem tudo?

Otários: uma oportunidade de empreender

Foto El Confidencial
Foto El Confidencial

Fiquei sabendo por esses dias que agora existe ´gatificação´ da casa.

Um cara vai na tua casa e adapta o que ele encontra às necessidades e bem estar da sua gatinha ou gatinho.

Não tenho muita experiência com os felinos.

Tem menos de um ano que adotei uma gatinha, e me parece que ela vive muito bem com a caixinha de areia, a toquinha, o cantinho da ração e uma pequena tábua que pus na janela telada para ela tomar conta da vizinhança.

Fiz apenas o que me disseram para fazer quem tem gato há mais tempo, e não gastei um cobre com isso.

Ela tá lá, aprontando, se divertindo, comendo tudo e fazendo cocô toda hora.

Não me disse que sente falta de um ambiente customizado e adequado às suas peraltices.

Cada vez mais se fortalece a indústria de invenção de necessidades, que encontra na classe média endinheirada e otária uma ótima oportunidade de empreendedorismo.

Balela

O Globo
O Globo

Diziam que essa pandemia era a chance de a gente se melhorar.

Não sei se houve resultado.

Mas que muita gente conseguiu se piorar, ah, isso conseguiu.

O custo felicidade nosso de cada dia

homem-arrependido-de-joelhos-convertido-salvo-por-deus

Cerca de dez anos atrás a Fiat lançou um modelo esportivo do Pálio.

Tinha cores fortes – vermelho, amarelo -, rodas de liga leve e umas faixas laterais na parte baixa das portas imitando carros de competição, para firmar bem a pegada esportiva.

A imprensa automotiva chamou o carro de “foguetinho”, por causa do arrojado (para a época) motor 1.8.

Fiquei apaixonado pelo carrinho, quis comprar.

O dono da oficina em que eu levava meu carro me desaconselhou: o motor era nervoso, mas bebia demais, eu ia perder muito dinheiro quando quisesse vendê-lo, pois quem comprava um Fiat Pálio queria economia.

Não era um bom custo-benefício, ele resumiu a macarronada.

E eu atendi seu conselho.

Domingo passado, dei de cara com um desses Fiats na vizinhança: vermelhinho, lindo, super conservado, como se me dissesse: me pega, cara, e me leva para a estrada.

Fiquei olhando a lataria que brilhava à luz da manhã e pensando de quantas curvas fechadas e retas maravilhosas, daquelas que a gente enfia o pé, abdiquei por causa do tal valor de revenda.

O dinheiro do carro que comprei no lugar do Paliozinho nervoso, e que vendi tempos depois, já evaporou e não tenho a mais vaga lembrança de quanto era e de quanto lucrei (e se lucrei), ao contrário do que aconteceria com as curvas e as retas, que estariam até hoje aqui comigo, em deliciosas lembranças.

Deixei de ser feliz por causa de custo benefício.

Como o mundo nos impõe e consegue, na maioria das vezes, nos contaminar com sua pobreza.

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