É do senso comum do brasileiro que o Estado, com sua costumeira agilidade de paquiderme prenhe subindo a escadaria da Penha, não emprega os impostos que pagamos naquilo que é público, portanto, de uso comum.
A ideia é correta, porém incompleta.
Incompleta na medida em que o Estado não é o único agente responsável por conservar aquilo no qual nosso dinheiro é usado para manter em condição decente de uso.
Se é público, a responsabilidade é de todos, ou das duas partes – estado e sociedade -, como num casamento, em que o ‘felizes para sempre’ não cabe só à mulher ou só ao marido. É esforço diário dos dois.
No parquinho infantil de uma quadra de Brasília, a cerca de ferro está no chão, derrubada por alguém, ou provavelmente por mais de uma pessoa, que muito mais do que força teve a intenção de danificar o que é de todos, dele (ou deles) inclusive.
No Rio, com a nova lei que multa quem joga lixo no chão, muita gente reclama com acerto da falta de lixeiras nas ruas. Mas também é certo que não é sacrifício algum a pessoa segurar o lixo que tem à mão até encontrar local apropriado para se desfazer dele.
Independentemente de quem seja a mulher e o marido nesse casamento Sociedade-Estado, quem derruba a cerca de um parquinho ou joga lixo no chão é a parte que não reconhece seu papel na relação, que joga nas costas do outro todo o esforço para o sucesso do enlace e que, pensando bem, está mais é querendo que o casório vá por água abaixo.
OS: Na próxima 2ª feira, 26/8, entram no ar meu novo site e meu novo blog. Aguardem!