Um livro que você compra por R$ 10 naquela bienal de literatura, em que a literatura mesmo passou longe. Parecia feira de papelaria, de concurso público ou de livro religioso.
Um livro que você não sabia que era best seller, segundo o New York Times.
Que você não imaginava que houvesse virado filme com alguns atores que você gosta.
Muito menos que houvesse sido indicado à Palma de Ouro, em Cannes.
Um livro sem invencionices literárias, sem experimentos pretensamente geniais, sem personagens pretensamente densos, complexos e fascinantes, daqueles que te fazem se sentir imbecil, porque você acabou dormindo ao tentar entendê-los.
Um livro que não é de nenhum autor que está em alguma lista dos dez autores contemporâneos mais imprescindíveis do momento, daqueles que quando você lê, não entende porque o sujeito está na lista.
Um livro que você não entende como pode ser o único do autor traduzido para o português.
Um livro que você só larga porque precisa dirigir, ir trabalhar e tocar a vida.
Um livro que te faz querer que o dia acabe logo, pra você voltar pra casa e ler.