A lição de Eduardo e Maurício

Dudu

 

Maur~icio

Em dois dias, duas mortes prematuras, duas pessoas que tiveram interrompido o pleno exercício da vida, quando esta chegava ao auge.

Na sexta-feira, Eduardo de Carvalho Vianna perdeu a breve luta contra o câncer. No dia seguinte, um problema cardíaco levou Maurício Torres. Os dois, jornalistas. O primeiro, uma espécie de contraparente meu. O segundo, companheiro de trabalho na minha pré-história profissional. A morte dos dois nos tirou o tapete, como sempre faz quando chega por volta dos 20, 30, 40 anos de uma pessoa querida.

No primeiro caso, escuto o lamento de alguém próximo a ele. Triste, abalado, se arrepende das vezes que teve vontade, mas não entrou em contato com o Eduardo, chora pelas mensagens dele que não respondeu, ou o fez de forma rápida, sem a merecida atenção. A partida do Maurício também deve ter suscitado a mesma reação em um ou outro amigo.

Eduardo e Maurício partiram, mas me deixaram uma lição que outros que se foram antes do que imaginamos ser a hora já haviam me deixado, mas que eu nem sempre aplico na relação com as pessoas queridas.

Deu vontade, liga. Recebeu mensagem, responde na hora. Ficaram de se encontrar, marquem mesmo, na casa de um ou do outro, no bar mais próximo, o quanto antes. Mesmo que você acredite na vida após a morte, é bom demonstrar (e receber) amor e carinho enquanto somos de carne e osso, antes de retornarmos ao nosso vagar pelo cosmos, em alguns casos, de maneira antecipada.

Claro, vamos acreditar que viveremos muito, vamos ser otimistas que morreremos velhos contando piadas uns aos outros, mas vamos nos falar mais, nos permitir mais.

É só para nos prevenirmos contra o remorso e o arrependimento nos casos de câncer e infarto, por exemplo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima