Uma vez, aos 20 e poucos anos, acho que durante uma bebedeira, em um arroubo defendi o sequestro de empresários e políticos corruptos.
Minha inebriada ideia não era pedir resgate, até porque periga ninguém querer pagar. Achava que se deveria sumir com o sujeito e na calada da madrugada pendurá-lo em praça pública, pelado, de cabeça pra baixo e pintado de verde e amarelo.
O objetivo era expô-lo ao ridículo da situação, para que, constrangido, reavaliasse sua conduta em relação ao dinheiro público.
Nesses tempos em que se fala e, pior, defende-se a estupidez da justiça com as próprias mãos, fica a sugestão de arriscarmos nossas vidas e fazê-la contra os poderosos de colarinho branco e suas milícias particulares armadas até os dentes. A ideia estende-se também ao menino branco, bem nascido, bem criado e bem vestido, que rouba carro, transa pó nas baladas e embebeda as colegas de escola para violentá-las.
Quem vai?
Ah, claro, desculpem-me. Para estes vale a civilidade.
Protestos podem ser enviados em cartas ao Jornal do SBT.