Relendo

Bukowiski
Bukowski é guitarra, baixo e bateria. E sinceramente? Literatura, às vezes, nem precisa de mais.

Domingo em Brasília

Fonte: etristeviverdehumor.blogspot.com
Fonte: etristeviverdehumor.blogspot.com

Ela entra sem jeito no Audi 0Km do patrão. Vai no banco de trás, atrás da patroa, cuidando do menino de cerca de um ano, porque, afinal, deve realmente ser muito difícil para um casal de 30 anos tomar conta sozinho do filho que pôs no mundo.

Vão almoçar no restaurante que abriu mês passado, um moderno, de cozinha de autor. O casal vai almoçar. Ela, a babá, comeu qualquer coisa que ainda havia na geladeira, porque lá no restaurante ela ficará em pé, se ocupando do menino, pois o casal merece ficar em paz, sem que o filho que pôs no mundo atrapalhe.

Mas o patrão é legal. Depois do almoço, vai deixá-la, a babá, de Audi, na parada mais perto, onde ela vai esperar umas duas horas pelo ônibus pra Santa Maria.

Poesia Nua no jornal

Nós, poetas do projeto Poesia Nua, estamos na capa do caderno Diversão & Arte do Correio Braziliense de hoje, com direito à chamada na primeira página do jornal.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2015/02/18/interna_diversao_arte,471533/poetas-brasilienses-fazem-calendario-nus.shtml

Duas dicas

Estes dois filmes valem cada centavo do seu ingresso, inclusive se você for sábado à noite, quando é o preço mais caro, e não tiver, como eu tenho, carteirinha de estudante nos últimos dias de validade para pagar meia.

Fonte: cinepop.virgula.uol.com.br
Fonte: cinepop.virgula.uol.com.br

Fonte: http://rioshow.oglobo.globo.com/cinema/filmes/relatos-selvagens-11541.aspx
Fonte: http://rioshow.oglobo.globo.com/cinema/filmes/relatos-selvagens-11541.aspx

Casamento feliz pode ser o que acaba

Fonte: www.vidabrasil.com.br
Fonte: www.vidabrasil.com.br

Existem casamentos que acabaram, mas que foram bem mais felizes do que outros que alcançaram as bodas mais graduadas.

É preciso cautela na hora de ligarmos automaticamente a notícia de um divórcio à certeza de um fracasso.
Por que será que não deu certo? É a pergunta instintiva.

Calma lá.

Vivi intensamente 12 anos de um casamento, dos quais ao menos 10 foram felizes, embora não tenha existido mar de rosas, expressão dos mais antigos (e nunca o há na vida a dois). Então, Como posso desprezar uma década de felicidade? Como posso achar que dez anos da minha existência “não deram certo”?

O problema é que assim como a tristeza, a felicidade também acaba, feito um domingo de sol, feito as férias de verão. Só que o fim da linha não anula o trajeto.

Escrevo isso ao ler a notícia de que numa certa cidade do interior – não lembro agora qual – 70% dos homens traem as esposas. Com outros homens. Os números são de agências de detetives particulares. As esposas colocam os investigadores no rastro dos maridos, descobrem tudo…e os casamentos continuam, afinal, em pleno século 21, a imagem perante a sociedade e a escravidão ao maldito “o que os outros vão dizer” valem mais do que a paz da verdade, inclusive sobre a opção sexual. Imagino, aliás, com boa dose de certeza, que essa cidade é apenas uma mostra do que ocorre país afora.

Conheço casais que sustentam a fachada de família feliz com a leniência de um para com a vida paralela do outro, e tantas vezes dos dois para com as vidas “secretas” de ambos.

O divórcio é dolorido, dói bem mais do que dizem por aí. Mas ele pode nos resgatar da mentira, da fachada, da escravidão da imagem de família Doriana para consumo do resto da família e da sociedade. E a gente, apenas nós sabemos, lá no fundo, que não somos felizes quando mentimos para nós mesmos.

Eu e minha ex-mulher recusamos a mentira, primeiramente por amor às nossas filhas, e depois em nome da verdade (feliz) que vivemos por dez anos.

Tenho orgulho de mim mesmo por isso, mesmo motivo pelo qual a admiro muito.

No bar, no Rio

Depois que o garçom deixou mais dois chopes na mesa, um virou pro outro.

– Sabe o que aquela amiga minha, médica, me contou essa semana? Que um velho tomou viagra e tava lá na boa, em cima da mulher, e de repente teve um piripaque do coração e morreu ali mesmo. Apagou, cara! No meio da cama do motel, com o instrumento armado e lá dentro da sujeita…

Antes que o outro se espantasse, tomou um gole e completou.

– Minha amiga explicou que o velho tinha problema de pressão, não podia ter tomado viagra não. Agora, já pensou? Bater a cassuleta desse jeito?

Quem tomou um gole dessa vez foi o outro, e em seguida, sem fazer mesmo cara de espanto, encerrou a conversa.

– É bem melhor do que morrer atropelado por um ônibus na Presidente Vargas, por exemplo…

Mais chope.

Fonte: crush.com.br
Fonte: crush.com.br

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