Lágrimas

vacina

Nunca tive medo de injeção e jamais imaginei que pudesse chorar tomando uma vacina.

Mas não segurei as lágrimas, que não foram de dor, até porque você praticamente não sente nem a picada nem o líquido entrando na corrente sanguínea.

Chorei de alegria porque bateu uma esperança forte de que esse horror, esse inferno irão sim acabar.

Chorei de emoção pela ciência.

Pela medicina

Pelas equipes de saúde.

Pela saúde pública.

Pelo SUS.

Em respeito a todos que morreram.

Chorei pedindo pela nossa democracia.

Por um país que encontre a paz.

PS: Elogio à equipe de vacinação que está no Parque da Cidade, em Brasília. Verdadeiros anjos cumprindo com amor o seu papel.

Dica – Prajna CD de Ricardo Almeida e Lucilaine Reis

prajna 1

Conheci o poeta, compositor e músico Ricardo de Almeida ainda nos anos 80.

Participamos de alguns saraus coletâneas de poesia bem chinfrins, em que basicamente o que havia era “batatinha quando nasce”, nas palavras do próprio Ricardo.

Partimos para fazer juntos um sarau do nosso jeito, com a pretensão de incomodar e, se possível, abalar as estruturas do poder lendo poemas que chutavam as canelas do status-quo.

Chegamos a ensaiar duas vezes, mas como tanta coisa na minha vida – e certamente na dele também – acabou não dando em nada.

Alguns anos depois estivemos juntos novamente, e aí com mais 4 autores, em outra coletânea – esta sim, de qualidade -, chamada Poesia Numa Hora Destas?, lançada em 1994 pela Editora 7Letras, que à época ainda se chamava Sette Letras.

Depois disso, cada um tomou seu rumo, e nunca mais soube do Ricardo.

Tempos atrás, as redes sociais cumpriram uma de suas funções mais salutares: reaproximar amigos que se perderam no tempo, e eu e Ricardo de Almeida voltamos a manter contato.

E com a reaproximação, ganhei de presente este belíssimo CD, Prajna (disponível também no Spotify), cuja parceria o Ricardo de Almeida divide com sua companheira, Lucilaine Reis.

Letras, arranjos, instrumental e melodias: tudo é bom, tudo é envolvente e tocante nesse disco, uma mistura pra lá de acertada de MPB e Rock Progressivo.

Prajna, lançado em 2019, é uma prova de que por baixo do Brasil Lixo que todos os dias está nos jornais, há um país vivo e resistindo com qualidade no que faz.

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