
A moça me conta que quando passou no concurso para o banco foi trabalhar em agência, no atendimento.
Logo descobriu que era o que gostava de fazer.
Gostava de atender pessoas, de resolver o problema delas, de ajudá-las.
Gostava de gente, de conviver com gente.
Quando foi transferida de cidade, surgiu a oportunidade de crescer na empresa, de chegar à diretoria.
Mas ela não queria.
Queria continuar na agência, resolvendo problemas de pessoas.
O marido reclamou, disse que ela não poderia perder essa chance de crescer, de ser mais, de ganhar mais e ser ainda mais feliz.
Mas ela já era bem feliz na agência porque ajudava pessoas, porque gostava de gente.
O marido disse que ela não poderia continuar com menos, continuar sendo menos dentro do banco.
E ela aceitou crescer no banco, chegar à diretoria.
Mas nunca mais foi tão feliz quanto era na agência.
Resolvendo os problemas das pessoas.
Coitada dela, das pessoas que não tiveram mais a sua ajuda.
Mas, acima de tudo, coitado do marido e da sociedade, que acham que a gente nunca pode ser feliz ganhando menos e sendo menos.