A diversidade ao contrário

MUlheres de mãos dadas

Vi no Instagram um vídeo em que um casal de mulheres está de mãos dadas no metrô – me parece que de alguma cidade europeia – quando notam que estão sendo observadas por um homem branco.

O sujeito olha fixamente para as duas, faz cara de nojo, de reprovação ao afeto entre elas.

Com medo, as moças soltam a mão uma da outra.

Percebendo o que acontece, uma senhora, sentada ao lado do casal, pega a mão de uma delas e passa a encarar de modo firme e desafiador o sujeito.

O resto dos passageiros percebem a situação e todos começam a se dar as mãos.

O mal-encarado, sem graça, mete o rabo entre as pernas e vai embora.

Um belo vídeo de combate à homofobia e ao preconceito.

Só me pergunto porque, invariavelmente, nessas campanhas contra as execráveis discriminações, vídeos ou o que seja, o homofóbico, o racista, o sexista, o machista e o que baixa o cacete na mulher precisa ser sempre um homem branco.

Tudo bem que, estatisticamente, realmente deve ser (e é) o tipo físico padrão dessa postura condenável e criminosa, mas será que não há mulheres homofóbicas, por exemplo, ou mesmo machistas?

Será que nenhum negro espanca a companheira?

Será que não existem gays racistas?

Às vezes me sinto culpado (julgado e condenado) por ser um homem branco.

Colocarem nessas campanhas sempre o mesmo tipo como agente de preconceito também me parece falta de diversidade.

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