Testemunhar uma conquista de um filho nos traz igualmente a sensação da vitória. Quando dobram alguma dificuldade, ultrapassam obstáculos, obtêm êxito em desafios, é um pouco (aliás, um muito) de nós que também sai vencedor. Nossa dedicação não deixa de estar ali consagrada.
Pela minha lembrança, o primeiro desses tantos momentos é quando a criança aprende a andar, quando solta de nossas mãos e vai pela casa, pela calçada, confiante já em suas próprias pernas.
O segundo certamente é quando aprendem a andar de bicicleta.
Por esses dias, pela terceira vez em minha vida de pai levantei esse troféu imaginário: após alguns dias de tombos e choro, minha filha mais nova saiu pedalando pelo jardim, enchendo de gritos de alegria (meus, dela e das irmãs) a noite de verão. O equilíbrio inseguro foi se firmando a cada vai e volta emocionado da novidade, conquistada também com um pouco do meu esforço em transmitir-lhe amor e confiança.
Vendo-a se distanciar no longo corredor embaixo do prédio e dominar o mistério de se mover sobre duas rodas, sobreveio-me a orgulhosa impressão de que estou colaborando para que, quando realmente estiver longe de mim, saiba se equilibrar também na vida.
Que lindo, André! realmente um momento inesquecível para você e para ela, que vai sempre levar essa referência do pai presente num momento tão importante!