Considerações sobre o caldeirão fervendo

1)Uma coisa que nunca quisemos enxergar por causa do hábito da acomodação: se a gente apertar, eles cedem.

De uma hora pra outra, começaram a reduzir o preço das passagens, mais rápido até do que quando decidem reajustar. Onde não subiu, estão dizendo que não há motivo para subir (vide Brasília). E quem ainda não reduziu o preço, tá se virando para ver que jeito dá nisso (São Paulo, onde uns dias atrás, antes do pau quebrar de verdade, o Prefeito disse que redução de preço nem pensar).

Aliás, pelo que vi rapidamente na TV, no Brasil os donos de ônibus bancam só 10% do custo operacional da frota. O governo entra com 20% e, claro, você já sabe qual bolso mordem os 70% restantes.

Na Europa, a conta é dividida igualitariamente entre empresas, governo e passageiros. Ou seja, não precisa muita ginástica para descobrir como reduzir o preço da passagem.

2)É claro que o que fizeram com o Caco Barcelos, impedindo-o de trabalhar numa das manifestações, é demonstração de indigência intelectual. O fogo ateado ao caminhão da Record é boçalidade, estupidez.

Mas, infelizmente, é também sinal de que, assim como as demais instituições, a imprensa talvez também esteja distante dos anseios do povo, não está falando a língua das necessidades das pessoas.

3)Domingo passado, em cerca de meia hora, vi em Brasília, cidade que não tem parque industrial, três porches e uma masseratti. Hoje, o jornalista Mino Pedrosa informa que um mero diretor do órgão responsável por fiscalizar os ônibus da cidade, cuja profissão de origem é cobrador de uma das empresas de ônibus da capital, comprou uma camionete de R$ 130 mil, à vista, um supermercado e uma loja de carros usados.

4)Entendeu, então, porque um monte de gente encheu o saco e está indo às ruas?

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