Para exercer determinadas profissões em certos patamares, talvez não seja necessário apenas a qualificação técnica, intelectual, universitária. Nem unicamente a experiência na carreira.
Há ofícios na sociedade que requerem experiência de vida. O jornalismo é um deles; a medicina, certamente, outro. Parece-me que a área jurídica – seja na defesa, acusação ou julgamento – possui igualmente essa exigência.
Certa mãe solteira reivindicou aumento de pensão alimentícia por causa dos gastos com educação e saúde e ouviu do juiz que o estado oferece escolas e hospitais de graça, portanto não deveria ser exigido do pai da criança maior sacrifício financeiro.
Como boa mãe, ela respondeu que passaria fome, mas o filho não baixaria na fila de um hospital público.
Penso que ainda cabia a ela perguntar ao meritíssimo se ele entregaria seu pimpolho à sorte do ensino público e suas intermináveis temporadas de greve, ou aos açougues caóticos gerenciados pelos governos, onde se morre feito moscas.
Em outro caso, um pai separado tentava, na Justiça, manter o acordo verbal feito com a ex-mulher permitindo que ele ficasse , além dos fins de semana legais, uma semana inteira no mês com a filha.
A ex voltou atrás no acordo e ganhou o apoio da promotora, que do alto do seus anos de especialização acadêmica e vivência de tribunais, alegou que o pai não precisa ter contato com a filha para dar os cuidados que lhe são obrigação e direito, que isso pode ser feito à distância.
Não fosse a visão míope sobre uma relação pai e filha, a postura da promotora já seria um passo na contramão da guarda compartilhada, que segundo especialistas amortece na cabeça das crianças o baque que sempre é a separação dos pais.
Quanto mais um profissional se qualifica, mais condições terá de prestar um bom serviço à sociedade. Tanto melhor será se aprender também com a vida, porque terá, além da cultura, sabedoria para aplicar ao trabalho.
Acho que em qualquer profissão está faltando é sensibilidade, solidariedade e preparo emocional. Parabéns pelo texto!
Concordo André com seu texto! Deveria chegar a algum jornal para que mais pessoas tivessem oportunidade de ler.
Parábéns!