De volta à Copa do Mundo

Do que se chegou a imaginar como Copa América em plena África do Sul, sobrou apenas o Uruguai, e mesmo assim para disputar o tanto faz tanto fez do terceiro lugar, uma briga mais sem graça que dançar com irmã. Dos cinco sul-americanos, três caíram diante de adversários visivelmente mais fortes, o Chile contra nós – jogo que iludiu os que se enganam pela cegueira do ufanismo -, a Argentina e o próprio Uruguai. O Paraguai  deixou a Copa talvez pela falta de sorte, o que nem sempre significa exatamente azar. O Brasil rodou por uma série de fatores, entre os quais a falta de time.

A possibilidade da Holanda ser, enfim, campeã do mundo chega a ser um deboche social-histórico. Com tanta copa para vencer, é irônico que o país encontre a glória exatamente onde ajudou a implementar um regime odioso de segregação racial.

Mas a presença da seleção laranja na final reserva duas possibilidades interessantes. A primeira é o duelo entre dois países que jamais foram campeões do mundo, caso a Espanha se classifique. A última vez que dois sem título disputaram uma final foi em 78, a copa do Peru comprado. A Argentina levou a melhor sobre a própria Holanda, que 32 anos depois permanece sem o caneco.

A segunda possibilidade é a reedição da final de 74, e aí faço um lembrete aos alemães, sensação da Copa das vuvuzelas. Não foram raras as vezes em que o melhor time ficou chupando dedo. A Hungria em 54, a mesma Holanda 20 anos depois e o Brasil de 82 deram show, mas saíram do picadeiro com as luzes apagadas.

Portanto, Alemanha, cuidado! Pois assim como o apartheid, o futebol também sabe ser injusto e cruel.

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