É preciso acabar com tudo isso que está aí (e mais um pouco)

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Não sei se a rede Giraffa’s de lanchonetes é tão forte no resto do país quanto é em Brasília. Por aqui, só deve perder em número de estabelecimentos pra Igreja do Edir Macedo e pros cursinhos que preparam pros concursos públicos.

Hoje almocei numa delas e no prato que pedi enxerguei um exemplo de como procede tantas e tantas e tantas vezes o empresariado brasileiro, que muito pede e reclama moralidade do Estado e conduta ética dos governos. Quando chegou o tal filezinho sassami, entendi o porquê do nome no diminutivo. Três minúsculos pedaços de frango escondidos sob um também nada generoso ovo frito.

A desfaçatez é de tirar a fome, principalmente quando a banca e a pose da categoria é de quem gera empregos e riquezas, mas – coitados – são sempre e historicamente escorchados pela maldita carga tributária e vítimas da patifaria gatuna que desde sempre campeia no Brasil (como se nunca fossem agentes ativos da corrupção).

Certamente alguém vai me dizer que quem pôs os fiapinhos de frango debaixo do ovo foi um funcionário. Claro que foi, mas treinado por quem?

Também hoje, e minutos após receber o pedido, presenciei outro tipo de conduta histórica, desta vez do povo, outro que de modo contumaz posa de vítima da sem vergonhice estatal, como se não possuísse qualquer responsabilidade – aliás, a maior – sobre a moralidade nacional.

Hora do almoço, Shopping lotado. Antes de entrar na fila a garota de seus 20 e poucos anos põe a bolsa para marcar lugar na praça de alimentação, desprezando solenemente a primazia de quem chegou antes e que com a bandeja na mão procura um tanto aflito lugar para se sentar e almoçar.

É grande a possibilidade de que ela, bem como os donos do Giraffa’s, Zebra’s, Elefante’s ou seja lá que nome tenha, entoem o coro superficial do “é preciso acabar com tudo isso que está aí”.

Sim, concordo, é preciso.

A começar pelos nossos costumes viciados, tanto no âmbito da vida privada quanto da profissional, seja qual for o setor da sociedade a que pertençamos.

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