Alguns dias atrás ouvi de um conhecido a definição perfeita para janeiro: é a segunda-feira dos meses. Concordo, muito menos porque é o mês que inaugura um novo calendário, e muito mais pelo que traz de ressaca dos excessos e da fugaz euforia de dezembro.
Na verdade, o ano não começa em janeiro,. Nossas expectativas, frustrações, mágoas, rancores e sonhos são ainda os mesmos do ano passado. De 2011. 10. Quiçá do ano 2 mil. Um ano pode muito bem começar em maio. Até em dezembro.
Em Brasília, cidade incompreensível por vocação, janeiro é mês que se anda de casaco, dorme-se de janela fechada e puxa-se o edredom de madrugada. Empunha-se o guarda-chuva, mete-se o pé nas poças, enfia-se o carro na enchente. Em outros cantos do país, pelo que leio, as torneiras celestes também começaram a ser abertas, tranformando ruas em rios. Janeiro não me parece que tenha aquela coisa dourada de verão de cinema ou de novela das seis.
É o mês das dívidas contraídas com os exageros do crediário e dos pré-datados de dezembro; das dívidas que fazemos nas livrarias e papelarias para o material escolar dos filhos; é o mês da angústia por outras dívidas, aquelas de março e abril, quando chega pelo correio a extorsão estatal do IPVA e do IPTU.
Não fosse por pessoas queridas terem nascido em janeiro, eu o dispensaria daquela folhinha pendurada na parede. Ainda mais porque piorou nos último anos: é quando começa o Big Brother.
Realmente, concordo contigo quantas coisas que desagradam no mês de janeiro. Para amenizar temos pessoas queridas que aniversariam nesse mês!