Livros da Minha Vida 3 – A Ilha Perdida

Era um dos principais títulos de uma coleção que a Editora Ática lançou nos anos 70, e que reunia ainda, entre outros, O Escaravelho do Diabo e O Caso da Borboleta Atíria, este, certamente, o maior sucesso da coleção. A capa que aparece aqui no blog é a da edição que li há quase 40 anos.

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Mas nenhum desses títulos, nem mesmo Atíria, me prendeu tanto quanto a história de Maria José Dupré sobre dois garotos que se perdem no Rio Paraíba do Sul, entre São Paulo e Rio de janeiro, e vão parar em uma misteriosa ilha.

Um deles (não lembro mais o nome) vira uma espécie de refém – não exatamente no sentido negativo da palavra – de um eremita, sobre cuja existência ninguém na civilização sabe.

Durante anos, sempre que passava pela Rodovia Presidente Dutra, às margens do Paraíba do Sul, perdia meus olhos no rio na esperança de ver a tal ilha. “Mas se é perdida, como você vai ver?”, e eu mesmo me perguntava, sem nunca deixar de passar os olhos pelas águas escuras.

Maria José Dupré talvez não seja devidamente reconhecida como a escritora que ajudou a formar gerações de leitores, embora seu livro mais famoso, Éramos Seis, tenha virado novela sei lá quantas vezes desde que a TV chegou ao Brasil.

O mistério é o fio condutor de A Ilha Perdida, e Dupré, com maestria, faz o que de principal um escritor deve fazer com o leitor: prendê-lo, fazê-lo perder a hora e a vontade de outras coisas.

Comigo – e a lembrança é ainda muito viva – ela conseguiu.

 

3 comentários em “Livros da Minha Vida 3 – A Ilha Perdida”

  1. André, bom dia!
    Em quarentena buscando o que fazer…me deparei com vc e com a Ilha perdida…mega saudades… Marcou minha alma aquele livro… estou com 47 agora… acho que tinha uns 14… Vixe… saudades. Obrigada!! Visitei seu blog… parabéns…Com certeza vou dar mais umas espiadelas nas suas crônicas. Abs!

  2. André Giusti

    Obrigado pela participação, Luiz Valério. Um grande abraço!

  3. Há muitos livros que marcaram a minha vida e dos quais lembro com carinho em especial uma cartilha da minha mãe, que de tanto folhear, acabei a prendendo a ler sozinho.

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